segunda-feira, 28 de junho de 2010

O espalhador de passarinhos e outras crônicas

de Humberto Werneck


Reunidas pela primeira vez, as 65 crônicas de O espalhador de passarinhos permitem acompanhar a gestação de uma obra vigorosa, que só veio a ganhar a forma de livro tardiamente. Entre 1990 e 2009, período coberto por esta antologia, Humberto Werneck pouco a pouco se confirmou como um dos nossos grandes narradores em atividade. Depois de estrear em livro com uma reportagem biográfica sobre Chico Buarque (1989), Werneck lançou uma inesquecível história da diáspora dos escritores e jornalistas mineiros (O desatino da rapaziada, 1992); reenveredou pela ficção, com seus contos de juventude, retrabalhados na maturidade (Pequenos fantasmas, 2005); voltou à biografia, com O santo sujo – A vida de Jayme Ovalle (2008) e publicou até mesmo um divertido dicionário de lugares-comuns (O pai dos burros, 2009). Mas, paralelamente a esses trabalhos de fôlego, Werneck seguia se exercitando num outro tipo de arte, que costuma só se aninhar nas páginas da imprensa diária, semanal ou mensal: a crônica. São raros os cronistas que não encaram sua atividade apenas como um ganha-pão que lhes permite realizar atividades mais “nobres”. Raros também são aqueles que, como Werneck, procuram explorar as possiblidades narrativas e poéticas de um gênero mestiço, desprezado e muitas vezes mal compreendido até mesmo por quem o pratica – ou pensa praticar. Pois não basta ter uma coluna no jornal para ali desovar suas opiniões e rabugices, na certeza de estar se filiando à linhagem de Rubem Braga, Nelson Rodrigues, Manuel Bandeira, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, que transformaram um gênero vira-lata na mais fina literatura. O que faz, então, com que textos escritos no calor da hora, para publicação no dia seguinte, tenham ficado por décadas na memória do leitor e na história da cultura brasileira? A resposta está, por exemplo, na crônica que dá título ao volume, “O espalhador de passarinhos”. Trata-se de um desses casos primorosos em que a sensibilidade do cronista lança o leitor onde quer – digamos, no meio do mato aonde Hugo, o pai de Humberto, ia em busca de passarinhos para fazer seu trabalho pioneiro e solitário de preservação da natureza nos anos 50. Ele não diz “curió”, mas “curiol”, observa o cronista-menino, todo ouvidos para o sotaque do pai, por sua vez todo ouvidos aos múltiplos sotaques das aves que vai espalhando pelo sertão de Minas. Até agora espalhadas (como os passarinhos do título?) ao longo de vinte anos em revistas e jornais, as crônicas de Werneck se encontram pela primeira vez no mesmo viveiro literário: esta edição, ilustrada pelo poeta, editor e artista gráfico Sebastião Nunes, da Dubolsinho, de Sabará (MG). A editora, conhecida por lançar autores de vanguarda como André Sant’Anna e o próprio Sebastião, é pioneira mais uma vez ao revelar – pelo menos em livro – o cronista de mão-cheia que é Humberto Werneck, que em alguns casos traz textos de quase vinte anos atrás, mas parece que foram escritos hoje de manhã. Terá sido do pai passarinheiro que o cronista urbano herdou esse ouvido tão apurado, ferramenta essencial em seu trabalho? Mas o ouvido do cronista não é só o do menino que cavouca na memória, às vezes uma só palavra, às vezes cenas completas, um aluvião inteiro perdido na infância. É preciso ouvido também para perceber o seu próprio tempo e observá-lo com humor e leveza, enxergar os personagens tão literários que nos cercam e volta e meia nem percebemos. Familiares, vizinhos, colegas de trabalho e amigos são os personagens de algumas das mais divertidas e emocionantes crônicas deste volume, como a “Gata Mansa”, a amiga que se deixou levar por um chamego na internet. Ou a filha de amigos queridos que acaba de nascer. A mania de falar e escrever difícil de Antonio Houaiss. Ou o dia em que o narrador acordou ouvindo o seu próprio anúncio fúnebre no rádio. Ou o borogodó ortográfico de Gisele Bündchen ameaçado pelo Novo Acordo. Ou a casa e as cartas brasileiras da poeta norte-americana Elizabeth Bishop. Tudo costurado com a agulha da ironia e a linha finíssima de um humor que se tornou a marca do estilo de Werneck, como se pode ver na pequena seleta de frases a seguir. O leitor de O espalhador de passarinhos tem em mãos 65 exemplos da língua literária brasileira em sua melhor forma, que devem ser lidos tal como foram escritos: com o compromisso único com as boas histórias.

***
“As rádios de Belo Horizonte, naquele tempo, punham no ar convites fúnebres — e foi assim que, certa manhã, tendo apagado em meio à programação musical da madrugada, acordei com a notícia de que Humberto Werneck havia morrido. Para quem se chama Humberto Werneck, não há pior maneira de começar o dia.” “Certa vez, seis laudas em letra miúda me tiraram o fôlego. Não, nada capaz de provocar uma ereção estética — sequer aquela outra, menos sutil, embora o conto pudesse ser descrito como a mais notável compactação que já se fez do Kama Sutra. Pega-e-faz-e-vira- e-mexe — não consigo imaginar atrevimento carnal que não tivesse sido ali contemplado por Jennifer O’Hara, pseudônimo de Geni alguma coisa.”
“Imagine a moça entrando no consultório médico e dali saindo convertida em moço, sim, rapaz, com todos os atributos e penduricalhos da macheza. Agora imagine mais, a cena acontecendo quase um século atrás. Pois aconteceu mesmo, e numa conservadora Belo Horizonte que mal chegava aos vinte anos de existência.”
“Tem homem que não pode ver um rabo de saia? Pois aquele ali, em matéria de mulher, não pode ver um rabo de foguete.”
“Gosto de cemitérios. Não como residência, é claro, pelo menos não por um bom tempo ainda. Gosto. Acho até que vou acabar num deles. Se não me cremarem, naturalmente. Mas só depois de morto, por favor.”
“O que viu entrar no palco não foram noviças moderadamente rebeldes, como esperava, e sim um pelotão de moças espevitadas — e o mínimo que as criaturas fizeram foi levantar o hábito e sacudir as pernocas no mais profano cancã.”

_______________________
SOBRE O AUTOR
Humberto Werneck nasceu em Belo Horizonte em 1945 e vive em São Paulo desde 1970. Como jornalista, começou no Suplemento Literário do Minas Gerais, sob o comando de Murilo Rubião, tendo trabalhado em seguida no Jornal da Tarde, Veja, Jornal da República, IstoÉ, Jornal do Brasil, Elle e Playboy, entre outras publicações. É cronista do jornal Brasil Econômico, escrevendo no caderno Outlook, que circula nos fins de semana. É autor de O santo sujo – A vida de Jayme Ovalle (Cosac Naify, 2008, prêmios APCA e Jabuti de Melhor Biografia), O desatino da rapaziada (Companhia das Letras, 1992); Chico Buarque –Tantas palavrasChico Buarque Letra e Música, 1989), Pequenos Fantasmas, contos (Noves Fora, 2005), e O Pai dos Burros – Dicionário de lugares-comuns e frases feitasBoa Companhia: Crônicas (Companhia das Letras, 2005) e Melhores Crônicas de Ivan Angelo (Global, 2007). (Companhia das Letras, 2006, edição revista e aumentada de (Arquipélago Editorial, 2009). Organizou e prefaciou as antologias Boa Companhia: Crônicas (Companhia das Letras, 2005) e Melhores Crônicas de Ivan Angelo (Global, 2007).




160 páginas 15,8 x 22 cm Brochura Capa em cartão Supremo 250 g Miolo em Chamois Bulk Dunas 90 g ISBN: 978-85-87728-55-5 Preço: R$ 42,00

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ADÃO E EVA NO PARAÍSO AMAZÔNICO (50 crônicas selecionadas)


Cronista do jornal O Tempo desde 2001, Sebastião Nunes já publicou mais de 350 textos nesse período. Numa mistura saborosa de erudição, seriedade e humor – experimentalista por natureza e vocação –, o autor transforma cada crônica numa aventura dentro da literatura, pela variedade de estilos com que aborda os temas, transcendendo a crônica do cotidiano para elevá-la a categoria de quase ensaio. Esta seleção, feita pelo próprio autor, trata de assuntos tão variados como política, economia, literatura, biologia, astronomia, ficção científica, filosofia, educação, história, folclore e psicologia, isto é, trata de tudo, mas sem deixar cair a peteca da leitura divertida e atraente. E o que é mais importante: nenhum texto é difícil, quase todos são engraçados (embora muitos sejam dramáticos), numa variedade de assuntos que é quase uma pequena enciclopédia sobre a insensatez e os desatinos humanos. Leitura deliciosa, engraçada e provocante.


Texto e ilustrações: Sebastião Nunes
224 páginas – 15,8 x 22cm – 4 cores
Ano: 2009 – 1ª edição
Preço: R$ 45,00

CONVERSA MOLE, VIDA DURA


A vida é dura, muito dura. E a realidade não é mole. Num estilo todo pessoal, procurando compreender a vida através de minúsculas tragédias e pequenos dramas, Manoel Lobato faz uma viagem em torno de suas vivências e através do tempo. Vai ao passado e escava fundo na memória, desde quando era menino na roça até a velhice na cidade grande. Com a profundidade dos mestres, Lobato deixa de lado a simples aparência das coisas para nos dar, num estilo todo pessoal, verdadeiras lições de vida e de solidariedade, embora às vezes revestidas de amargura, tristeza e solidão. Livro de um grande escritor, que amadurece e engrandece leitores de qualquer idade.



O autor: Formado em Farmácia, Manoel Lobato exerceu a profissão por mais de 40 anos. É também jornalista desde os tempos de estudante no Rio de Janeiro. Desde 1996 escreve crônicas no jornal O Tempo, de Belo Horizonte. Publicou 16 livros para adultos, por diversas editoras nacionais. Além desta, publicou outra coletânea de crônicas, Sagrada Família, sobre o bairro onde mora. Em literatura para jovens é também autor de Cordão de Prata, pela Dubolsinho, em segunda edição, selecionado para o Acervo Jovem, da FNLIJ.



Texto: Manoel Lobato

Ilustrações: Sebastião Nuvens

80 páginas – 14 x 19cm

Capa a 4 cores, miolo em P&B

Ano: 2008 – 1ª edição

Preço: R$ 22,00

A MARAVILHOSA SEMENTE DE PERA & Outras fábulas populares de todo o mundo



De repente, a avó começa: “Era uma vez...” No silêncio que se segue, a família talvez ouça, atenta, uma história de fantasmas, pois, não importa o que façamos com os mortos, eles não nos deixam e permanecem para sempre em nossos corações. Ou quem sabe é uma história das maravilhas de Deus. Pode também ser uma parábola para mostrar as grandes verdades da vida. Uma história de amor é sempre bem-vinda. Mas pode ser um relato mágico, ou um mito, ou uma lenda fantástica com um herói. Um livro fascinante em sua ampla riqueza multicultural.

O autor: Israel Jelin formou-se em Direito e Letras Anglo-Germânicas pela USP, com certificado de Proficiência em Inglês (Cambridge University e Michigan University). Professor de inglês e tradutor, atuou por mais de 30 anos nas mais conceituadas escolas de São Paulo. É autor de uma vasta obra didática e paradidática, inclusive um dicionário Inglês-Português, além de inúmeras traduções.


Texto: Israel Jelin
Ilustrações: Sebastião Nunes
104 páginas – 15,8 x 22cm
Capa a 4 cores, miolo em P&B
Ano: 2010 – 1ª edição
Preço: R$ 33,00

VOCÊ JÁ ESCUTOU O SILÊNCIO?


Aproximando-se dos sentimentos básicos da existência com um olhar de espanto, Spinelli faz lembrar, mas só de leve, Alberto Caeiro do “Guardador de rebanhos”, Mário Quintana de Sapato Florido, o lirismo sem afetação de Manuel Bandeira e, talvez acima de todos, a ternura que transmitia em cada verso o grande poeta, também gaúcho, Paulo Hecker Filho, em sua permanente perplexidade apaixonada pela vida, diante de uma criança, de um sorriso, de uma mulher bonita, do amor.

É esse espanto, esse prazer de existir e de gostar das coisas, a grande força da poesia de Alexandre Spinelli.



O autor: Alexandre Spinelli é um desses artistas múltiplos, que gostam de atuar em várias frentes. Além de poeta, trabalha com teatro, música, artes gráficas e cinema. Seu livro de poemas Pela metade é ar (muitos dos poemas estão incluídos neste livro), ganhou menção honrosa no concurso promovido pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, um dos mais concorridos do país. Nos últimos seis anos publicou, em Porto Alegre, calendários com poemas e ilustrações, distribuídos a clientes, amigos e colaboradores.


Selecionado pela Secretaria de Educação de Belo Horizonte (2010)

Selecionado pelo MEC/FNDE/PNBE (2010)

Selecionado pela Secretaria de Educação de Contagem (2010)

Selecionado pelo MEC/FNDE/PNBE (2010)


Texto: Alexandre Spinelli

Ilustrações: Sebastião Nunes

96 páginas – 15 x 20cm

Capa a 4 cores, miolo em P&B

Ano: 2010 – 1ª edição

Preço: R$ 28,00

AINDA UMA VEZ – ADEUS! A romântica vida de Gonçalves Dias


Um livro com enorme potencial de utilização na escola, que se destaca pela leve, bem-humorada e ao mesmo tempo profunda biografia desse que foi, juntamente com Castro Alves, um dos dois maiores poetas de nosso Romantismo. Utilizando o pano de fundo histórico, Ivana Versiani estuda os momentos mais dramáticos de nossa sociedade, sem perder de vista o público a que se destina, misturando política, literatura e romance na dose certa. Um livro que prende a atenção do leitor ao mesmo tempo em que, amigavelmente, o introduz na compreensão do Romantismo e no entendimento de poemas que, tratados de outra forma, poderiam parecer “difíceis”. Inclui, entre outros, obras-primas como Canção do Exílio e I-Juca-Pirama, o maior poema romântico de temática indígena. Indispensável nas bibliotecas escolares para a formação política, social e literária dos jovens leitores.

As autoras: Ivana Versiani estudou Letras na UFMG e lecionou nas universidades de Wisconsin (USA) e Toronto (Canadá). Aposentada pela UFMG, publicou diversos livros de literatura infantojuvenil por várias editoras nacionais, entre eles o famoso A Revolta das Bruxinhas. Sandra Bianchi é professora de desenho e domina como ninguém várias técnicas e estilos, dando às personagens das histórias que ilustra a vivacidade e o colorido que merecem. Essa qualidade já lhe valeu inúmeros prêmios importantes.

Selecionado para o Cantinho de Leitura
da 1a Bienal do Livro de Goiás, 2005
Selecionado pela Secretaria de Educação de
Belo Horizonte, 2008
Selecionado pelo MEC/FNDE/PNBE 2009
Texto: Ivana Versiani
Ilustrações: Sandra Bianchi
72 páginas – 14 x 19cm – 4 cores
Ano: 2002 – 1ª edição
Preço: R$ 24,00

QUATRO CONTOS SOBRE O TEMPO, A MORTE E A ORIGEM DA VIDA


Nos quatro contos deste livro prevalece a magia e o inesperado, o absurdo e o humor, dentro da melhor tradição do “Realismo Mágico”, que teve em Murilo Rubião e J. J. Veiga os maiores representantes entre nós. Conhecido por sua premiadas adaptações de Romeu e Julieta e Um Molière Imaginário, entre outras, para o grupo teatral Galpão, o arquiteto-filósofo-dramaturgo-escritor Cacá Brandão estreia em conto com quatro histórias de altíssimo nível, à altura dos maiores mestres do “Realismo Mágico”. A leveza do estilo, bem adequado ao público jovem, não esconde a beleza da linguagem e a preocupação com o nosso futuro, através de aguda consciência ecológica e social.

Os autores: Carlos Antônio Brandão é Doutor em Filosofia e professor da Escola de Arquitetura da UFMG. Como arquiteto, possui vários prêmios, destacando-se o 30 lugar no Concurso Internacional Biblioteca Alexandrina (Egito, 1987). É autor também de livros de arquitetura e poesia. Humberto Guimarães é artista plástico, desenhista, professor e ilustrador, com inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no Exterior. Recebeu diversos prêmios e bolsas, inclusive na Europa e nos Estados Unidos.


Selecionado para o Cantinho de Leitura da 1a Bienal do Livro de Goiás, 2005 Texto: Carlos Antônio Leite Brandão Ilustrações: Humberto Guimarães 64 páginas – 14 x 19cm – 4 cores Ano: 2002 – 1ª edição Preço: R$ 22,00

A ÚLTIMA BATALHA DOS PARATINTINS


Paratintins ou Parintintins? Cidade grande ou floresta? Índios ou “civilizados”? Banho de chuveiro ou mergulho no rio? Edifício ou oca? Pipoca de microondas ou pescaria com arco e flecha? Qual dessas vidas é melhor? Estas são algumas das questões que, ao longo deste provocante livro, discutem problemas tão antigos quanto o Brasil, e que ainda hoje exigem ponderação e senso crítico, diante do desafio de integrar, sem descaracterizar, as etnias indígenas na pluraridade social brasileira, como sonharam Cândido Rondon, Darcy Ribeiro e tantos outros indigenistas. Além disso, este livro é literatura da melhor, no que ela tem de mais criativa e instigante.


Os autores: Luiz Bras é o nome com que Nelson de Oliveira, um dos escritores mais talentosos da nova literatura brasileira, assina seus livros para jovens. Na verdade, Nelson também publicou várias obras de literatura infantojuvenil mas, deste livro em diante, todos os textos de “Nelson Luiz de Oliveira Bras” para jovens serão assinados somente por Luiz Bras. Sandra Bianchi é professora de desenho e domina como ninguém várias técnicas e estilos, dando às personagens das histórias que ilustra a vivacidade e o colorido que merecem. Essa qualidade já lhe valeu inúmeros prêmios importantes.

Texto: Luiz Bras
Ilustrações: Sandra Bianchi
72 páginas – 14 x 19cm – 4 cores
Ano: 2005 – 1ª edição
Preço: R$ 24,00

CORDÃO DE PRATA


Quem é Pagulogo: mendigo, sábio, um novo Cristo, um louco? Pagulogo, personagem dúbia, circula pelo pequeno grande mundo dos arredores do Ribeirão Arrudas, no hipercentro de uma grande cidade. Costurando a trajetória das personagens em torno de Pagulogo, objeto central de seus pensamentos, o narrador se debate entre sentimentos de amor e ódio, complacência e irritação, descrença e fé.

Prosa densa, instigante e multidimensional, a novela de Manoel Lobato mexe com a emoção do leitor, cumprindo a missão da verdadeira literatura: nos bagunçar por dentro. Um texto que abre múltiplas possibilidades de discussões sobre temas como o alcoolismo, as drogas, a violência, a metafísica e a religiosidade.



O autor: Farmacêutico, advogado, jornalista e cronista, Manoel Lobato publicou inúmeros livros de contos, novelas e romances para adultos por várias editoras. Cordão de Prata foi publicado pela primeira vez em 1986, pela Companhia Editora Nacional.



Selecionado para o catálogo da

Feira de Bolonha, 2001, Itália,

e para o Acervo Básico Jovem FNLIJ

Selecionado pelo PNLD-SP 2002

Texto: Manoel Lobato

Fotos e projeto gráfico: Sebastião Nuvens

56 páginas – 14 x 19cm – 4 cores

Ano: 2000 – 1ª edição

Preço: R$ 22,00

O OUTRO LADO DO CALEIDOSCÓPIO


Numa escola como outra qualquer, fatos estranhos começam a acontecer, envolvendo diretoria, professores, funcionários e alunos. A confusão é geral e quanto mais a história avança mais a confusão aumenta, gerando conflitos de todos os tipos. Para aumentar a bagunça, tem banda de rock, aluna gótica, alunos cê-dê-efe, um empresário musical muito esquisito e ainda bastante conflito entre pais e filhos. Uma história de arrepiar, engraçadíssima, com um final que ninguém poderia imaginar. Só mesmo lendo, pois não dá para resumir. Como tempero especial, a linguagem do autor conserva todo o coloquialismo da garotada gaúcha de nossos dias.

O Autor: Gaúcho de Porto Alegre, Oscar Bessi Filho aos oito anos foi morar em Montenegro/RS. Ganhou diversos prêmios literários. Publica crônicas e apresenta um programa sobre literatura aos sábados, desde 2005, na TV Cultura Vale do Caí (RS). Capitão da polícia militar, comandou pelotões especiais e companhias de policiamento na zona norte da capital, em Canoas/RS, e – por cinco anos – naquela que já foi considerada a cidade mais violenta do Rio Grande do Sul: Alvorada. Com experiência em áreas de forte conflito urbano, é professor de Filosofia de Polícia Comunitária e Sociologia da Violência, nos cursos de aperfeiçoamento de soldados e sargentos da PM.


Texto: Oscar Bessi Filho
Ilustrações: Fausto Prats
120 páginas – 14 x 19cm
Capa a 4 cores e miolo em P&B
Ano: 2008 – 1ª edição
Preço: R$ 26,00

BETO, O ANALFABETO


Esta é a história de um super-herói danado de esquisito: triste, magrelo e fracote, até os companheiros o estranhavam e zombavam dele. Como ninguém sabia qual era a sua, Beto não tinha a menor importância e só podia ser motivo de gozação sem fim. Quem eram seus companheiros? Ah, amigos de todos os tipos, grandes, grossos, imponentes, coloridos, enfeitados, garbosos e elegantes. Amigos importantes, sim, mas que tinham inimigos cruéis e astuciosos, capazes das maiores vilanias contra pequenos e grandes, bonitos e feios, valiosos e desvalidos.

Para enfrentar tanta gente ruim, só mesmo um super-herói, mas seria preciso um super-herói fortão, e jamais um fracote que nem Beto. Mas, se ele era assim, fazer o quê? Enfrentar a situação não é mesmo? E assim ia correndo a vida de Beto até um dia – tem sempre um dia na vida dos Betos – aconteceu um milagre.


O autor: Drummond Amorim é mineiro de Bocaiuva, formado em filosofia. Com romances e contos para adultos e jovens obteve duas dezenas de prêmios, em âmbito nacional, entre outros: Guimarães Rosa, João-de-Barro, Cidade de Belo Horizonte e Altamente Recomendável (FNLIJ). Publicou História de um Primeiro Amor (Record, Dimensão), De Milena, Circo e Sonhos (Comunicação), Balé de Sombras (Lê), Droga de Cidade Grande (Paulinas), Xixi na Cama e Meu Presente de Natal (Dimensão).



Selecionado pelo PNBE 2009

Texto: Drummond Amorim

Ilustrações: Sebastião Nuvens

96 páginas – 14 x 19cm

Capa a 4 cores, miolo em P&B

Ano: 2008 – 1ª edição

Preço: R$ 25,00

O INVENTOR DO XADREZ


O Inventor do Xadrez (ou de como certo industrioso industrial ficou podre de rico, fabricando jogos e trambiques) é uma adaptação para tempos atuais (e para geografias próximas) da lenda que situa a invenção do xadrez há dois ou três milênios, época em que o jogo teria sido criado a pedido de um rei asiático. Inteligente e divertida crítica de nosso Brasil do século 20 (leia-se Eternutopia, “um dos países pobres mais ricos do mundo”), O Inventor do Xadrez habilita-se, na escola, ao “cargo” do livro transversal e multidisciplinar por excelência. Transversal porque nele há riquíssimo material para discussão de temas como ética e consumo, dois dentre os recomendados nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Multidisciplinar porque, além das óbvias potencialidades no ensino de Português, abre portas para intercâmbio com História, Geografia e Matemática, entre outras áreas, como a da possibilidade do uso artístico do computador.

Selecionado pelo PNLD-SP 2002 Selecionado para o Cantinho de Leitura da 1a Bienal do Livro de Goiás, 2005 Texto e ilustrações: Sebastião Nuvens 48 páginas – 14 x 19cm – 4 cores Ano: 2000 – 1ª edição Preço: R$ 22,00

COSTURA DE NUVENS



Nesta antologia para jovens estão reunidos alguns dos poemas mais fortes e mais belos de Adão Ventura. Como Cruz e Sousa, o maior simbolista brasileiro, Adão optou nos primeiros livros pela metáfora, para transmitir sua mensagem de humilhado e ofendido. A partir de uma temporada nos EUA, quando sentiu ao vivo a discriminação racial, voltou-se para a temática do negro, publicando seu primeiro livro nitidamente engajado, A Cor da Pele. Desde então, quase toda a sua poesia foi marcada pela negritude, pela denúncia e pelo inconformismo. Este livro é uma antologia para jovens dos poemas dessa fase. Uma poesia que vibra e fascina, como toda grande poesia, de qualquer poeta, de qualquer época, de qualquer cor.

O autor: Adão Ventura é um dos maiores poetas brasileiros do século 20, tendo morrido em 2004, quando preparava a edição completa de sua poesia, com o título que adotamos aqui. Nesta antologia, Adão recupera e reconta, com dureza ou lirismo, a vida de seus antepassados escravos e sua própria vida de menino pobre, humilde e discriminado. As ilustração de Debret e Rugendas, dois europeus que viveram alguns anos no Brasil, retratam vivamente a escravidão.


Selecionado pelo MEC/FNDE/PNBE (2006 e 2011)

Selecionado pela Secretaria de Educação de Belo Horizonte (2007)


Texto: Adão Ventura
Ilustrações: Rugendas & Debret
72 páginas – 15 x 20cm
Capa a 4 cores, miolo em preto e branco
Ano: 2006 – 1ª edição
Preço: R$ 22,00

TEMPO DE DESCABELAR & OUTRAS CRÔNICAS CABELUDAS


Um livro divertidíssimo, sobre os mais variados temas. Estudantes, gente apaixonada, personagens reais e virtuais, bichos, pichadores, linguagem escrita e falada – o diabo a quatro. Crônicas que você vai ler rindo muito e às vezes até com uma pontinha de tristeza ou de dó, pois nem tudo na vida é diversão, não é mesmo? E, como você notará logo de cara, Rita Espeschit conseguiu, num punhado de crônicas aparentemente sem um fio condutor, aprofundar o cotidiano das mais diversas pessoas, em situações comuns e incomuns, mas sempre mergulhando fundo – apesar da aparência descontraída e leve – na alma das pessoas e das coisas. E que fio condutor pode ser mais provocante e interessante que a vida, não é mesmo? E como escreve bem a danada da Rita!



A autora: Mineira da capital, Rita Espeschit mora em Edmonton, Canadá. É poeta, cronista e autora de livros infantojuvenis. Publicou três livros de poesia para adultos e dez de histórias para crianças e adolescentes, entre eles Filhote de Fada, pela Dubolsinho, em parceria com Mariângela Haddad. Alguns ganharam prêmios importantes, como o Jabuti (SP), João-de-Barro (BH), Cruz e Sousa (Santa Catarina) e Concurso Nacional do Paraná, entre outros



Selecionado pelo MEC/FNDE/PNBE (2009)

Selecionado pela Secretaria de Educação de Belo Horizonte (2009)

Selecionado pela Secretaria de Educação de Contagem (2010)


Texto: Rita Espeschit

Ilustrações: Sebastião Nuvens

88 páginas – 14 x 19cm

Capa a 4 cores e miolo em P&B

Ano: 2008 – 1ª edição

Preço: R$ 24,00

A FORCA


Mais do que muitos relatos dos tempos da escravidão, este poema de cordel revela em toda a sua extensão a vida miserável dos cativos. Fato historicamente documentado, que comoveu toda a cidade, mostra como a lei servia apenas aos poderosos. Ilustrando o dramático texto, o livro apresenta desenhos e gravuras da época (Debret, Neaton-Rensburg) e fotos atuais da Igreja do Rosário, em Sabará, monumento inacabado, com enormes pedras deixadas sem reboco quando a escravidão foi extinta. No rodapé das ilustrações, textos do próprio Debret revelam a difícil convivência com a escravidão, de forma pungente e lúcida. Além disso, notas de historiadores importantes esclarecem o contexto do drama, situando a cidade na história do Brasil colonial. Um livro indispensável nas estantes de história, poesia, literatura em geral e de temas afro-brasileiros em especial.

O Autor: Luiz Alves nasceu em Sabará, uma das mais antigas cidades mineiras. Adolescente, foi estudar no Seminário Redentorista de Santo Afonso, em Aparecida de Norte, SP. De volta à sua terra, virou professor de Português e entrou na política. Foi vereador, vice-prefeito e prefeito de sua cidade e conhece a fundo o problema do negro quando Sabará era a mais populosa comarca da Capitania de Minas Gerais. Hoje, afastado da vida pública, continua professor.


Texto: Luiz Alves
Ilustrações: Jean-Baptiste Debret
e Neaton-Rensburg (litogravura)
Fotos: Sebastião Nuvens
40 páginas – 15 x 20cm – 4 cores
Ano: 2008 – 1ª edição
Preço: R$ 20,00

JOÃO


O livro o começa bem assim: João tinha seis anos quando morreu. E a gente fica pensando: ih, lá vem mais uma daquelas histórias chatas e tristes, daquelas de chorar muito (ou só um pouquinho) no fim. Mas João não é nada disso, nem a história. Imagina! Educadíssimo como ele só, nunca iria o educadíssimo João fazer uma maldade dessas com os leitores, ainda mais se tratando de leitores bem-educados, não é mesmo? Mas é bom se preparar para uma bela surpresa. Claro que você vai conhecer a história inteirinha do João, desde o primeiro arroto, o primeiro cocô e o primeiro xixi. Vai conhecer tudo o que aconteceu na breve (ou teria sido longa?) vida de João. Vai descobrir também por que todo mundo gostava tanto dele, até os passarinhos. E por que ele era tão educado. E, quem sabe, vai até descobrir que um pouquinho de falta de educação, espalhada no meio da educação da gente, não faz mesmo mal a ninguém.



Texto e ilustrações: Sebastião Nuvens

32 páginas – 15 x 20cm – 4 cores

Ano: 2007 – 1ª edição

Preço: R$ 18,00

MARIA MARIA


Autêntica obra-prima do teatro musical brasileiro, Maria Maria foi apresentada com imenso sucesso em vários países, em inúmeras excursões. O espetáculo é uma densa construção poética de Fernando Brant, com música de Milton Nascimento, encenada originalmente pelo “Grupo Corpo”. Este livro apresenta o roteiro integral, com as marcações de cenas e todas as explicações necessárias para que, na escola ou no teatro, o espetáculo possa ser remontado por alunos e atores, amadores ou profissionais. Graças à beleza das imagens e a densidade poética do texto, esta obra, mesmo sem conter músicas ou partituras, será lida com encantamento por leitores de qualquer idade, como geralmente se leem peças teatrais publicadas em livro.

Os autores: Fernando Brant e Milton Nascimento dispensam apresentação. Há mais de 30 anos vêm contribuindo para o enriquecimento de nossa música, no que ela tem de mais criativo. Do “Clube da Esquina para o mundo” é, sem dúvida, um bom resumo da carreira desses dois artistas excepcionais.

Selecionado pelo PNLD-SP 2005
Selecionado pela Secretaria de Educação de Contagem, 2008
Texto: Fernando Brant
(música original de Milton Nascimento)
Fotos: Cristiano Quintino
40 páginas – 15 x 20cm – 4 cores
Ano: 2005 – 1ª edição
Preço: R$ 20,00

QUIM, O SAGUI


Quim é um bichinho danado de esperto. E bota esperteza nisso! Mas Quim vive no mato, não entende nada de cidade grande. Dois meninos metidos a valentes resolvem salvar o coitado da arapuca em que se meteu. Bom, a história não começa assim, mas continua assim, é uma aventura e tanto. Mas não é só. Também tem caçador de passarinho, prédios antigos, matas muito mais antigas e a antiga mania humana de fazer mal aos bichos. Mistura daqui, mistura dali, sai uma perseguição que começa na floresta e continua na cidade. Resumindo, a história de Quim é uma mistura de aventura, defesa do meio ambiente e literatura daquelas bem quentes e divertidas.




Os autores: Ilka Valle de Carvalho é pós-graduada em Língua e Literatura Luso-brasileira e Língua Espanhola e Literaturas Hispânicas, com mestrado e doutorado nos EUA. Foi professora de Literatura Espanhola e Hispano-americana na UFMG. Atualmente, entre outras atividades, se dedica a escrever livros de teatro e ficção para jovens.
Fausto Prats começou a trabalhar em jornais aos 18 anos, como ilustrador e cartunista. No final dos anos 70, com outros cartunistas, lançou UAI!, primeira revista de HQ de BH. Hoje é diretor de arte sênior e continua atuando como free lancer para jornais e editoras.



Texto: Ilka Valle de Carvalho

Ilustrações: Fausto Prats

72 páginas – 14 x 19cm

Capa a 4 cores, miolo em preto e branco

Ano: 2007 – 1ª edição

Preço: R$ 22,00

COMO DESENHAR UM PÁSSARO


Trata-se de rara e praticamente perfeita integração entre texto e imagem, tão perseguida por autores e ilustradores, mas raramente alcançada. O segredo talvez seja que, entre outras coisas, é livro de escritor, ilustrador e, ainda por cima, diagramador, tudo ao mesmo tempo. E assim foi escrito, ilustrado e diagramado: tudo ao mesmo tempo. Não é uma história comum, mas a deliciosa narrativa de como escritor e ilustrador se integram ao longo do trabalho de criação, mantendo vivo diálogo e – tão importante quanto – mantendo profunda união entre texto e imagem, de modo que um leva ao outro e vice-versa. Durante esse bate-bola criativo, o narrador também dialoga com o leitor até que, no final da história, passa a responsabilidade para o próprio leitor. Que deverá recomeçar do zero, enquanto narrador e ilustrador lavam as mãos e saem de cena. Enfim, uma bela bagunça criativa, provocação das melhores para mentes jovens e curiosas.

(Primeiro volume da coleção “Como desenhar isto e aquilo”) Texto e ilustrações: Sebastião Nuvens 28 páginas – 16 x 23cm – 4 cores Ano: 2007 – 1ª edição Preço: R$ 18,00

ROCAMBOLE COM MAIONESE


Rocambole com Maionese é um livro delicioso, tanto pela riqueza verbal, como pelos constantes jogos de palavras, que lembram muitas vezes o refinamento e a sutileza de Lewis Carroll. Além disso, a proposta intertextual se apropria de informações geográficas, históricas, literárias, pictóricas e até culinárias, dosadas com fartas pitadas de humor. Afinal, trata-se de um romance insólito: rocambole (o doce) apaixona-se pela belíssima maionese (o tempero), numa salada que permite múltiplas leituras e muitas brincadeiras entre professor e aluno. As ilustrações são uma “aula” à parte, numa colorida viagem pela pintura ocidental, através de grandes artistas universais.

O autor: Otávio Ramos, um dos fundadores da Dubolsinho, tem vários livros publicados, entre prosa e poesia. Em todos eles, a aparente leveza da linguagem revela forte dose de humor e requintada construção textual, numa voltagem criativa só alcançada pelos melhores autores. Para jovens, publicou também Pequena História de um Anão, infantojuvenil, pela RHJ Livros.

Selecionado pelo PNLD-SP 2003 Texto: Otávio Ramos Ilustrações: pintores clássicos 28 páginas – 16 x 23cm – 4 cores Ano: 2002 – 1ª edição Preço: R$ 18,00